Para onde vai o preço de uma commodity ?
- Lucas Beninato
- 9 de set. de 2020
- 2 min de leitura
Uma primeira observação que devemos compreender é de que o preço das commodities tende a orbitar o custo de produção.
Se o preço está abaixo dos custos dando prejuízos então a produção tende a cair, a oferta por sua vez diminui elevando os preços pela lei natural da oferta e demanda, quando os preços agora estão acima dos custos, o lucro incentiva a produção elevando a oferta e como num ciclo, diminuindo os preços.

É um conceito simples, mas escrevo caso alguém não compreenda porque num ano a produção dos tomates é jogada fora, por não valerem os custos de colheita e frete, e no outro a reportagem se passa no supermercado, com os preços altíssimos que o alimento alcançou.

O ciclo do tomate tem um período curto, ele é perecível e localizado mas reflete bem esse conceito que pode ser estendido por exemplo ao futuro dos preços de commodities agrícolas pós coronavírus.
Futuro das commodities agrícolas pós coronavírus:
Analisando a oferta e demanda:
Do lado da demanda não vi mudança alguma, mesmo na fases mais restritivas da quarentena, trocamos o restaurante pelo supermercado mas continuamos comprando alimentos, políticas como o auxílio emergencial foram adotadas em diversos países e injetou dinheiro nas famílias o que pode ter até contribuído para um maior consumo visto o lucro dos supermercados. Li relatórios de fundos agro dos EUA e nenhum foi afetado pelo coronavírus, a demanda por alimento, rações, fibras e combustíveis não deve diminuir, mostrando a resiliência do agro.
Na oferta também não se teve impacto pelo coronavírus, os trabalhos no agro não pararam e não vejo relato de uma interrupção na cadeia de suprimentos. O campo trabalha em outra realidade, lá não há aglomerações nem espaços fechados, a quarentena mostrou que além da resiliência do setor é um privilégio trabalhar nele.
Sem grande impacto na oferta e na demanda vamos analisar os custos de produção:
O petróleo ficou mais barato, e entrou em queda novamente por esses dias, isso significa menor custo de produção e frete tanto para os insumos quanto para a produção. Por outro lado uma injeção de liquidez e expansão dos bancos centrais ocorreu e isto causa uma distorção no preço das commodities, tal qual uma inflação, o que deve jogar os preços para cima.
Para nós brasileiros, o real depreciado que leva o dólar aos patamares que estamos vendo, e que pelo visto vai se manter assim, diminui nosso custo operacional o que pode melhorar a rentabilidade dos produtores.
Penso que a inflação sobre as commodities será mais forte que a redução dos custos e veremos sim um aumento no preço das commodities agrícolas em dólar. Quanto ao dólar, se o IPCA não incomodar e obrigar um aumento nos juros, manteremos o real enfraquecido e dólar alto.
Estamos num momento em que o preço em reais das commodities que uma fazenda produz subiram bastante, e o preço das terras ainda não acompanhou. Penso ser um bom momento para adicionar terras ao portfólio de uma carteira diversificada.
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